“O mais difícil de ter como ministério o ser pai é que eu sou, sim, pai, mas ao mesmo tempo, não posso ser totalmente o pai. Por se tratar de órfãos, temos uma política de não incentivar a expectativa de que eu os adote, então não posso ser tão pai. Eu posso cuidar deles, eu quero e vou fazer o meu melhor para eles, só que eu não posso ser tão pai.”

Ned é missionário da MAIS em Guiné-Bissau, junto com sua esposa, Josi. O trabalho na capital, Bissau, começou em parceria com a Casa Emanuel, um orfanato de crianças e adolescentes em situação de risco. Há um ano no país, eles têm acompanhado a vida dessas crianças, trazendo o conceito de família para elas; desde passeios ao ar livre para tomar um sorvete, como uma família, até conversas sobre matemática, lição de casa e questões da escola durante o jantar.

“Para mim é muito gratificante esse ministério de ser pai, ainda mais ser pai de órfão. É uma parte muito especial do ministério que Ele deu para mim, de poder ser influência na vida deles. Eu sei o quão importante é um pai para o filho, e quanto o filho se espelha nesse pai. Isso tem a ver com sermos testemunhas de Cristo, pois quando eu sou testemunha de Cristo e essas crianças se espelham em mim, como um pai, elas também serão testemunhas de Cristo.”

Ned é um reflexo dos pais da igreja sofredora. Em muitos contextos, crianças ficam órfãs quando há uma dispersão por conta de guerras ou perseguições. São comuns os casos de famílias que se separam, mulheres que perdem os maridos e crianças que não encontram mais os pais. Porém, Deus tem levantado pais da igreja sofredora, que acolhem, abraçam e caminham junto.

Nosso missionário conta: “É uma honra não ter essa separação entre ministério e ser pai. Mesmo eu não sendo o pai deles, eu posso trazer para eles algo do nosso Pai. Eu posso ser uma testemunha do verdadeiro Pai para a vida dessas crianças. E essa é uma das melhores coisas de um ministério: ser pai.”

“Das coisas que só vivo porque estou aqui, tem esse consolo que eu posso passar para eles. Da mesma forma que Deus me consola e cuida de mim, eu posso passar isso para eles. Mas o que é maior ainda é o amor: o amor que eu posso dar para eles, da mesma forma que Deus dá para mim; e o amor que não é seletivo, que não é só para alguns, o amor imensurável de Deus. Para mim, isso se traduz também em um amor de ‘quanto mais, melhor’. Quanto mais crianças eu puder estar perto, puder cuidar, para mim é melhor. Acredito que seja assim que Deus se sente com seus filhos.”

Hoje Deus nos dá a oportunidade de sermos parceiros com outros pais da igreja sofredora espalhados pelo mundo. Clique aqui para se tornar um parceiro conosco nessa causa.

Este post tem 7 comentários

  1. Davi

    Um trabalho com amor inspirador; que traz ao nosso coração o anseio por amar quem precisa…
    Que o Senhor nos conceda Sua Graça pra amarmos as crianças ao nosso redor, sabendo que mesmo que sejamos abandonados por nossos pais terrenos, ou vejamos crianças órfãs de pais vivos, ou realmente órfãos, Deus é o Pai dos Órfãos:

    Salmo 68: 4 Cantai a Deus, salmodiai o Seu Nome; exaltai O Que cavalga sobre as nuvens.
    Senhor é o Seu nome, exultai diante DEle.
    5 Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em Sua Santa Morada.
    6 Deus faz que o solitário more em família; tira os cativos para a prosperidade;

  2. josemar de oliveira

    Sei o quanto é difícil fazer a obra do Senhor,pois querendo ou não existe uma guerra espiritual. Mas também sabemos que Deus caminha conosco nesta obra. Josemar Recife PE Brasil.

  3. ENEIAS MACHADO DA COSTA

    AQUI NO BRASIL TAMBÉM TEMOS MUITAS IGREJAS SOFREDORAS , VAMOS NOS UNIR EM FAVOR DE TODAS ELAS

    1. Equipe MAIS

      Oi, Eneias. Cremos também que somos uma igreja, e que há necessidades em todos os lugares. Como ministério, entendemos que esse foi o que Deus nos confiou, como há outras organizações trabalhando em diversas frentes. Se cada parte do corpo fizer sua parte, estaremos mais próximos de trazer o Reino.

  4. Dircelia

    Estive em 2014 em Guiné-Bissau e vi e senti de perto a carencia deste povo. Saber que há pessoas comprometidas com a Obra e o Ide do Mestre nos faz repensar a forma de estando distante, poder oferecer um braço para ajuda a estes valorosos servos de Deus. Sei o que eles enfrentam no dia a dia,os perigos que correm, a ausencia da familia, a alta temperatura típico da nação. Só o Amor de Deus nestes corações; é o que Deus diz a Paulo: “A minha Graça te basta”. Deus seja louvado nestas vidas.

  5. Sheilla Reis

    Lindo trabalho! Desconhecido desse ângulo, por mim, até então.
    Trabalharmos sendo exemplos do amor de Cristo!

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